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População protesta com faixas contra fumaça de carvoarias que ficam próximo ao trevo de Itabira e no Morro Redondo. Ministério Público propõe TAC

BOM JESUS DO AMPARO – A população de Bom Jesus do Amparo protestou contra a fumaça produzida pela carvoaria instalada próxima ao trevo de acesso a Itabira na BR 381 e no Morro Redondo. Várias faixas foram espalhadas pela cidade com frases contra a continuidade da atividade poluidora.

Os cartazes tinham os seguintes dizeres: “Fumaça de carvoaria mata”; “A população de Bom Jesus pede socorro”; “Fumaça de carvoaria causa doença respiratória”.

Paralelamente aos protestos o Ministério Público Estadual (MPE) da Comarca de Barão de Cocais vai reunir com os responsáveis pela carvoaria para propor a assinatura de um Termo de ajustamento de Conduta (TAC).

A esperança é que com o TAC as atividades das carvoarias sejam paralisadas e a fumaça pare de incomodar uma boa parte da população bom-jesuense. Na tarde de hoje, 24, a Santa Inês Empreendimentos informou que parou no mês de julho com as atividades de carvoaria nos fornos da fazenda Trevo, localizada perto do trevo de acesso à Itabira, na BR 381 Norte.

HISTÓRICO – O MPE recebeu no mês de fevereiro denúncia de moradores da região do trevo de acesso à Itabira, na BR 381 Norte, sobre a constante poluição por fumaça de uma carvoaria que funciona diariamente com uma bateria de fornos. Além da denúncia foi entregue um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas pedindo o fechamento da carvoaria e a paralisação das atividades carvoeira. Foi feita uma petição eletrônica que colheu outras 86 assinaturas pedindo o fechamento do empreendimento.

Há relatos de moradores que contraíram doenças como pneumonia e ainda foram diagnosticadas como fumantes, sem nunca terem usado cigarro, mas, em consequência da fumaça da carvoaria adquiriram esta condição. Vários cidadãos relataram que a fumaça causa irritação na garganta e nos olhos. Além de deixarem as casas impregnadas com o cheiro da fumaça. A poluição está afetando até mesmo um posto de combustíveis que funciona à 600 metros da bateria de fornos.

Em janeiro a Polícia Militar Ambiental esteve no local da bateria de fornos e constatou a poluição. Vários moradores que moram de 600 a 900 metros da bateria de fornos relataram os transtornos causados pela fumaça. Idosos estão tendo que sair de casa e irem para a zona urbana para escaparem da poluição. O problema começa sempre no início da noite e se estende por toda a madrugada.

A carvoaria João Bosco de Araújo e Cia Ltda, disse estar ciente do problema e que vem adotando medidas para diminuir a emissão de fumaça. Segundo o representante da empresa, Geovane José Araújo a empresa mudou o sistema da chaminé dos fornos. “Modificamos as chaminés dos fornos, através da ajuda de alunos de uma universidade, onde foram retiradas as chaminés tradicionais e instalados queimadores para cada dois fornos, diminuindo a emissão de fumaça”, explicou o empreendedor.

As explicações não convenceram a Polícia Ambiental que lavrou o boletim de ocorrência e constatou a poluição por emissão de fumaça. O boletim de ocorrência foi encaminhado à Justiça e o empreendedor terá que comparecer em juízo para explicar e responder pela poluição causada pela bateria de fornos.

MORRO REDONDO – A comunidade rural do Morro Redondo também protesta contra a fumaça de uma carvoaria que vem poluindo o ar da localidade. Os moradores já se reuniram com o proprietário da Fazenda Ribeirão Felipe, Sebastião Coelho e o produtor de carvão, Geovane José Araújo. Mas, até agora nada mudou.

A comunidade reclama que a carvoaria tem causado danos a saúde dos moradores, já que produz muita fumaça , sem o direcionamento correto, causando irritação nos olhos, problemas respiratórios, invisibilidade para condutores, principalmente para ônibus escolares que transportam crianças para as escolas.

Além disso, a poeira tóxica cai no chão e polui os rios, as plantações e o capim. Os animais intoxicados adoecem e morrem

São 30 fornos de carvão que estão jogando fumaça na comunidade diariamente, Diante da negativa do carvoeiro a comunidade está coletando assinaturas num abaixo-assinado contra a continuidade da carvoaria no local.

O Diário entre Serras pesquisou leis que regulamentam a distância dos fornos de aglomerados rurais e pôde encontrar leis municipais que podem ser elaboradas e votadas pelas Câmaras Municipais restringindo esta atividade a uma distância de 2 a 6 quilômetros de casas e comunidades rurais. Também já há precedentes no município, que graças a mobilização da comunidade rural de Morro Redondo, conseguiu na justiça o fechamento de uma carvoaria

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